
Chegou o Junho Laranja, uma campanha dedicada a algo muito importante: a conscientização, prevenção e o combate à anemia e à leucemia. Esse é o momento ideal para falarmos sobre saúde, reforçando a importância do diagnóstico precoce e dos cuidados certos no tratamento dessas doenças que afetam milhares de pessoas todos os anos.
Neste artigo, vamos explorar de forma simples e informativa como essas doenças se desenvolvem, quais são os sintomas mais comuns, os tratamentos disponíveis, e o que você pode fazer para se prevenir. Informação é a melhor forma de cuidar de si mesmo e de quem você ama, continue lendo e saiba tudo o que você precisa sobre o Junho Laranja!
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1. Anemia, suas causas e sintomas.
A anemia é uma condição que acontece quando há uma redução na quantidade de hemoglobina no sangue, uma proteína essencial que carrega oxigênio dos pulmões para todo o corpo. Quando essa função fica comprometida, o organismo sofre as consequências. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 2,2 bilhões de pessoas no mundo, o equivalente a 30% da população global, convivem com algum tipo de anemia.
Os sinais da doença podem variar bastante, indo desde cansaço excessivo, fraqueza e palidez, até sintomas como falta de ar, tontura, dor de cabeça, irritabilidade, dificuldade de concentração e unhas frágeis ou quebradiças. E vale lembrar: existem vários tipos de anemia, cada um com causas e tratamentos diferentes, por isso, o diagnóstico correto é fundamental.
A anemia pode ser classificada em sete tipos diferentes, cada uma com causas e tratamentos particulares. São elas:
- Anemia ferropriva: Causada pela falta de ferro no organismo.
- Anemia megaloblástica: Causada pela deficiência de vitamina B12 e/ou Ácido Fólico.
- Anemia falciforme: Causada por fator genético e hereditário.
- Talassemia: Causada por uma alteração genética herdada dos pais
- Anemia aplásica: A principal hipótese é que o próprio sistema imunológico ataca as células-tronco da medula óssea, prejudicando a produção de células do sangue.
- Anemia hemolítica autoimune: causada pela destruição prematura dos glóbulos vermelhos (hemácias) no corpo
- Anemia por inflamação: Ela surge por causa de uma doença inflamatória que interfere no funcionamento do corpo, especialmente do sistema imunológico.
Entre os diferentes tipos de anemia, a anemia ferropriva, causada pela falta de ferro no organismo, é, de longe, a mais frequente. Ela não apenas é a que mais afeta a população em geral, como também pode trazer impactos sérios, principalmente nas crianças, prejudicando o desenvolvimento físico e cognitivo. Nos adultos, ela pode comprometer a produtividade e o desempenho nas atividades do dia a dia.
A boa notícia é que, na maioria dos casos, esse tipo de anemia é relativamente simples de tratar. Com algumas mudanças na alimentação, como o aumento do consumo de alimentos ricos em ferro, já é possível observar melhoras significativas na saúde e na qualidade de vida.
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2. O que é a Leucemia?
A leucemia é um tipo de câncer que afeta a medula óssea a partir do acúmulo de células anormais, que acabam substituindo as células sadias. Com ela, os glóbulos brancos são produzidos de maneira descontrolada e reduzem o espaço na medula óssea para outras células que compõem o sangue, resultando em uma predisposição a hemorragias, anemia e infecções.

Os sintomas mais comuns da leucemia incluem cansaço excessivo devido à anemia, enfraquecimento do sistema imunológico, sangramentos frequentes, surgimento de hematomas (manchas roxas) na pele, inchaço de gânglios linfáticos, especialmente no pescoço e nas axilas, geralmente sem dor, febre persistente, suores noturnos intensos, perda de peso sem causa aparente, sensação de desconforto ou inchaço abdominal, aumento do volume do abdômen e dores nos ossos ou articulações.
A leucemia pode ser classificada de duas formas principais. A primeira delas leva em conta a velocidade com que a doença evolui. Quando ela progride rapidamente, é chamada de leucemia aguda, caracterizada pela produção de células imaturas que não conseguem exercer suas funções corretamente. Já a leucemia crônica se desenvolve mais lentamente e permite a formação de um número maior de células maduras, que ainda conseguem desempenhar parte de suas funções normais.
O segundo critério de classificação está ligado ao tipo de célula do sangue afetada. Se a origem for nas células mieloides, temos a leucemia mieloide. Se for nas células linfoides, trata-se de uma leucemia linfoide. Essa divisão é importante para definir o tratamento mais adequado para cada tipo da doença.
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3. Anemia pode causar Leucemia?
Como ambas afetam o sangue, é comum que surjam dúvidas sobre a possível ligação entre anemia e leucemia. Muitas pessoas acreditam que uma pode evoluir para a outra, mas isso não é verdade.
A anemia não causa leucemia e também não se transforma nela. No entanto, em estágios mais avançados, a leucemia pode sim provocar anemia como um de seus sintomas, já que interfere diretamente na produção normal das células sanguíneas.
Esse é um exemplo claro de como a anemia pode ser um sinal de alerta para outros problemas mais sérios, como doenças hematológicas. Por isso, diante de um diagnóstico de anemia, é fundamental investigar sua origem e iniciar o tratamento adequado o quanto antes. Detectar a causa correta é o primeiro passo para cuidar bem da saúde.
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4. Tipos de Leucemia.
As leucemias são classificadas de acordo com o tipo de leucócitos que afetam.
Existem mais de 12 tipos diferentes de leucemia, mas, para facilitar, eles são divididos em quatro grupos principais:
- Leucemia Mieloide Aguda (LMA): aparece de forma rápida e agressiva, afetando as células mieloides, que são responsáveis pela produção de alguns tipos de glóbulos brancos.
- Leucemia Mieloide Crônica (LMC): se desenvolve de maneira mais lenta e também afeta as células mieloides.
- Leucemia Linfocítica Aguda (LLA): cresce rapidamente e compromete os linfócitos, que são outro tipo de célula de defesa do corpo.
- Leucemia Linfocítica Crônica (CLL): evolui de forma mais lenta e também afeta os linfócitos.
Cada tipo de leucemia tem características específicas, por isso é importante o diagnóstico e acompanhamento médico para os tratamentos adequados.
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5. Tipos de tratamentos
O tratamento da leucemia depende do tipo, da idade do paciente, do estado de saúde e do estágio da doença. De modo geral, as principais formas de tratamento são:
- Quimioterapia: é o tratamento mais comum. Utiliza medicamentos para destruir as células doentes no sangue e na medula óssea.
- Radioterapia: usa radiação para eliminar células cancerígenas ou reduzir o tamanho de tumores.
- Transplante de medula óssea: também conhecido como transplante de células-tronco, substitui a medula óssea doente por uma saudável, ajudando a reconstruir o sistema sanguíneo.
- Terapia alvo: utiliza medicamentos que atacam especificamente as células cancerígenas, causando menos danos às células saudáveis.
- Imunoterapia: fortalece o sistema imunológico para que ele consiga combater as células de leucemia.
Cada paciente é único, por isso o tratamento é sempre personalizado, levando em conta vários fatores. O acompanhamento médico especializado é essencial para definir a melhor estratégia e garantir mais qualidade de vida ao paciente.
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6. Doação de sangue

Tanto no tratamento da leucemia quanto da anemia, a doação de sangue desempenha um papel fundamental.
No caso da leucemia, muitos pacientes precisam de transfusões de sangue e de plaquetas para repor as células que o corpo não consegue mais produzir adequadamente. Isso acontece porque a doença e os tratamentos, como a quimioterapia, podem afetar a medula óssea, reduzindo a produção de glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. Sem essas transfusões, o risco de infecções, sangramentos e complicações aumenta muito.
Já nas anemias mais graves, especialmente em casos como a anemia aplásica ou a anemia falciforme, as transfusões de sangue também são essenciais para melhorar a oxigenação do corpo, aliviar os sintomas e evitar complicações sérias.
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